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A maior reunião de cientistas do Brasil e da América Latina, a 76º Sociedade Brasileira do Progresso para a Ciência (SBPC) foi ocupada com saberes, sabores e ritmos dos camponeses, povos e comunidades




De 07 a 13 de julho, durante sete dias de interação entre atores que sistematizam conhecimentos em diferentes instituições de ensino e pesquisa, órgãos governamentais e sujeitos sociais estiveram reunidos na cidade das mangueiras, em Belém do Pará. Foi um encontro de troca de experiências, articulações e diálogos sobre questões urgentes como as mudanças climáticas, a participação na COP 30, o combate à fome e a soberania alimentar dos povos, potencializado pelo Paneiro Espaço da Cultura Alimentar e pela Feira da Economia Solidária e da Sociobiodiversidade, em parceria com o Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares - INEAF e a UFPA, sob coordenação do Prof. Flávio Barros.



Em meio a tanta diversidade e com mais de trinta mil participantes inscritos, o Movimento Camponês Popular teve presença marcante em todo o evento. Participou ativamente da feira com a comercialização de produtos dos territórios do Pará, Sergipe, Goiás e Pernambuco, além da venda de comidas típicas da Amazônia e do alimento extraído da "mais magra das palmeiras", o açaí, através da Rede de Cozinhas Populares Solidárias.



SABOR AÇAÍ

E pra quê tu foi plantado?

E pra quê tu foi plantada?

Pra invadir a nossa mesa

E abastar a nossa casa

Teu destino foi traçado

Pelas mãos da mãe do mato

Mãos prendadas de uma deusa

Mãos de toque abençoado

És a planta que alimenta

A paixão do nosso povo

Macho fêmea das touceiras

Onde Oxóssi faz seu posto

A mais magra das palmeiras

Mas mulher do sangue grosso

E homem do sangue vasto

Tu te entrega até o caroço

E tua fruta vai rolando

Para os nossos alguidares

E se entrega ao sacrifício

Fruta santa, fruta mártir

Tens o dom de seres muito

Onde muitos não têm nada

Uns te chamam açaizeiro

Outros te chamam juçara

Põe tapioca, põe farinha d'água

Põe açúcar, não põe nada

Ou me bebe como um suco

Que eu sou muito mais que um fruto

Sou sabor marajoara

Sou sabor marajoara

Sou sabor...

Põe tapioca, põe farinha d'água

Põe açúcar, não põe nada

Ou me bebe como um suco

Que eu sou muito mais que um fruto

Sou sabor marajoara

Sou sabor marajoara

Sou sabor...

Põe tapioca, põe farinha d'água

Põe açúcar, não põe nada

Ou me bebe como um suco

Que eu sou muito mais que um fruto

Sou sabor marajoara

Sou sabor marajoara

Sou sabor...

Põe tapioca, põe farinha d'água

Põe açúcar, não põe nada

Ou me bebe como um suco

Que eu sou muito mais que um fruto

Sou sabor marajoara

Sou sabor marajoara

Sou sabor...

Põe tapioca, põe farinha...

(Lucinha Bastos e Nilson Chaves)


A participação do movimento transmitiu a mensagem da força da ciência popular, como meio indispensável para transformar a sociedade. Participamos de rodas de conversas com a experiência da Cabana da Agrobiodiveridade, da Rede de Cozinhas Populares Solidárias e da produção de bioinsumos como estratégia de transição agroecológica, além de coordenar a troca de sementes crioulas e saberes entre os guardiões e guardiãs, que emocionou quem viveu o momento.



A mensagem foi transmitida: não há ciência sem conhecimento tradicional e saber popular. Agora, é hora de reinventar com ousadia e criatividade as próximas edições da SBPC, garantindo especialmente a participação dos movimentos sociais, da cultura popular e das comunidades tradicionais.


Comida Saudável: direito do povo, dever do Estado, compromisso camponês!



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