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MCP realiza curso de saúde do solo e agroecologia na Amazônia


O Movimento Camponês Popular (MCP), em parceria com Instituto PEABIRU, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento Cabano e a articulação Juquiria-Candiru realizaram entre os dias 08 a 11 de junho o Curso de saúde do Solo e Cromatografia Pfizer.

O curso foi realizado no Sítio São Raimundo, na comunidade do Km 12, em Igarapé-Açu (PA), onde vem sendo experimentada uma diversidade de iniciativas de transição agroecológica e multiplicação de sementes crioulas pela família Silva. As adaptações do ambiente para recepção do curso fazem parte da estratégia de um Projeto de Turismo Rural Familiar Agroecológico, a longo prazo e em construção permanente. Esse tipo de projeto elucida a necessidade de discutir a estratégia de implementação de turismo família na Amazônia voltado para a abordagem agroecológica.

Durante o curso, com a assessoria do Sr. Sebastião Pinheiro e Oliver Blanco, da articulação Juquira-Candiru, várias ferramentas agroecológicas foram trabalhadas. Destacamos as seguintes ferramentas: Cromatografia de Pfeiffer – como analisar a Saúde do Solo; Práticas, Minerais na agricultura: farinha de rocha, cinza; Água de Vidro (fortificantes e nutrição de defesa para plantas); Hidrolatos Camponeses (fracionamento do húmus) nutrição rápida de plantas; Calda quentes e friasna agricultura: sulfocálcica de cinza e outras; Fosfitos, pirolise no morteiro; Carvão vegetal – conservante de vida no solo; “Biochar” e Bocashi (produção, e usos na agricultura) e Campo Metagenômico Camponês.


As ferramentas foram trabalhadas de acordo com a metodologia teoria-prática, pois durante a apresentação das mesmas, os assessores além do mix teórico sobre física, química, matemática e saberes tradicionais, realizaram práticas que auxiliam na fixação do conhecimento. A metodologia utilizada permitiu a socialização das experiências dos participantes, que somaram em torno de 40 cursistas de 18 municípios[1].

O conhecimento das ferramentas agroecológicas será fundamental no método camponês – camponês no processo de transição agroecológica, pois o sentido de tais conhecimentos ganha significância à medida em que é aplicado nas unidades camponesas de forma organizada e multiplicadora. É imprescindível que as práticas estejam associadas à estratégia de construção da soberania alimentar como processo resiliente de uma pedagogia do fazer junto e da intervenção libertadora. É caminhar em direção à construção da autonomia camponesa e do poder popular.


O curso colocou em evidência a responsabilidade que o campesinato tem em produzir alimentos saudáveis, mas para isso se faz necessário um solo saudável para termos plantas saudáveis e consequentemente pessoas saudáveis. Esta lógica desponta um debate sobre as necessidades de mudanças do paradigma da produção camponesa, cuja afirmativa está na necessidade de produção de comida em quantidade para alimentar o povo brasileiro, em especial os trabalhadores pobres e com autonomia em relação ao mercado capitalista.


Para tanto, só é possível com profundas transformações da política agrária brasileira. Assim, se faz necessário o fortalecimento da organização camponesa, da luta por pautas emergentes e estruturantes, além de um programa camponês que considera as diversidades dos biomas e realidades dos povos.

[1]Ananindeua, Santa Bárbara, Benevides, Acará, Soure, Barcarena, Castanhal, Igarapé – Açu, Nova Timboteua, Tracuateua, Santa Luzia do Pará, Santarém Novo, Salinópolis, Primavera, Irituia, Ipixuna do Pará, Paragominas e Maracanã.


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