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Cabana da Agrobiodiversidade e Sementes Crioulas no Pará




A recém-inaugurada Cabana da Agrobiodiversidade, no município de Igarapé – Açu, no estado do Pará, na Amazônia brasileira, já está fazendo diferença para os camponeses na região. Mais de vinte variedades de sementes dos gêneros alimentícios convencionais e não convencionais, adubação verde, espécies medicinais e florestais nativas já foram distribuídas aos camponeses de mais de 10 municípios do estado, neste primeiro mês de funcionamento. A cabana, é um exemplo da resiliência dos saberes e conhecimentos dos povos e comunidades tradicionais no contexto da expansão das sementes transgênicas e hibridas, que vêm contaminando as sementes crioulas e levando-as à extinção de variedades locais.



Para o próximo mês, está previsto a entrega de sete toneladas de arroz agulhinha, feijão caupi e milho Sol da Manhã para os camponeses e camponesas do município de Ipixuna do Pará. Massificar a difusão da diversidade das sementes crioulas, livre de contaminação, é a estratégia para multiplicação das sementes pelos camponeses e as camponesas em campo aberto, nas roças em unidades familiares de comunidades tradicionais. Complementar a essa estratégia está o resgate e conservação dessas sementes e os conhecimentos tradicionais associados, que muito demarcam a resistência dos saberes e a defesa do território pelos povos.


As roças são formadas tanto no sistema de corte e queima quanto no sistema de roça mecanizada. Em ambos os casos, as famílias estão em processo de transição agroecológica dos sistemas produtivos. A formação do roçado no sistema corte e queima é o modelo tradicional adotada por grande parte das famílias da região nordeste paraense, que ao longo dos anos vem sendo substituído pelo sistema mecanizado.



A produção de alimentos em áreas mecanizadas, utilizando tecnologias sociais adaptadas à agricultura familiar, bem como metodologias agroecológicas, como os corredores agroecológicos, tem se mostrado atrativa por diversos motivos. Além de aumentar a produtividade, essa abordagem também contribui para reduzir a penosidade do trabalho, as emissões de CO² na atmosfera, promove o controle biológico e auxilia na recuperação da fertilidade do solo.


Cuidar do ambiente, da saúde do solo e das pessoas por meio da produção sem agrotóxicos é um compromisso camponês inadiável. Camponeses e camponesas em luta, por soberania alimentar e poder popular!




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