Há mais de um ano estamos chorando a partida de pessoas amigas, mães, pais, filhos, irmãos, avós... de brasileiros e brasileiras que poderiam viver mais, não fosse a pandemia do vírus e do descaso governamental.
Choramos a perda e as ausências de abraços, afetos, de chamego, das ligações e das mensagens ao longo do dia. Inundamo-nos da tristeza por não ter dado o adeus necessário e merecido, e pelo adeus fora da época, antes do tempo. Lamentamos a perda evitável.
Cada um e cada uma de nós, apesar do aperto da saudade multiplicada todos os dias e que visita diariamente milhares de lares, também esperançamos que o peso da história seja implacável a quem nos deixa ao relento em momento de desalento tão profundo.
Somos solidários a cada família, a cada pessoa que tem chorado os seus entes queridos. A pandemia tem feito a gente perder tantas vidas, os empregos, a renda, o direito à alimentação e o direito à saúde.
Atravessaremos.
Acreditamos na nossa coragem, talvez hoje, maior que as nossas forças. Mas acreditamos. Porque sabemos que somos um povo feito de esperança e de luta. Apesar do luto, a esperança continua em nós.
Continuaremos.
Enquanto camponeses e camponesas, continuaremos realizando nossa missão de produzir alimentos, comida que chega às mesas das trabalhadoras e trabalhadores do Brasil, pois sabemos que a vida é o bem mais precioso a ser preservado e cuidado.
Seguiremos em busca do nascer do sol para dissipar toda a treva desse período. Porque a esperança é luta, apesar do luto. A gente sempre luta!
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